De onde vem a inspiração para inovar?

O Portal Exame.com convidou o especialista em inovação Ricardo Fasti para responder a esta pergunta. Veja, abaixo o que ele diz.

É importante recordar que inovação não é um fenômeno de 20 anos para cá: ela está intrinsecamente relacionada ao Sistema Capitalista de Produção.

A máquina a vapor e o modelo de produção em linha criado por Henry Ford são dois exemplos de inovação, mas que não são fenômenos recentes. Portanto, a fonte da inovação está no próprio ecossistema econômico.

A questão é como capturar as oportunidades para inovar. Muitos de vocês podem pensar que isso é um jogo para grandes empresas. Contudo, recordo que a Apple nasceu em uma garagem, assim como a HP. Tendo isso em perspectiva, qualquer empresa pode inovar.

As fontes de inovação derivam da curiosidade do empreendedor. Somente uma mente curiosa e obstinada em obter melhorias produtivas, avanços em processos, produtos ou soluções tecnológicas que atendam melhor às necessidades de clientes ou consumidores, conseguirá inovar. A inovação pode ser em processo de produção, em processos organizacionais ou em produtos novos.

O primeiro passo é analisar o processo de criação de valor da empresa, estudar os processos de logística e produção, de comercialização, de organização, e, principalmente, os produtos e serviços oferecidos. Entendido como funcionam em detalhe, vem a pergunta: como posso melhorar ou atender melhor a uma demanda a partir do que a empresa é hoje? Essa é a pergunta que iniciará todo o processo de inovação.

Outra pergunta que também deve ser feita pelo empreendedor: o que posso fazer para melhorar o atendimento dos clientes e consumidores reinventando a empresa? Claro que entre a primeira e a segunda pergunta há um abismo relacionado ao investimento financeiro e em tempo. Contudo, o critério de decisão é o retorno sobre o investimento, pois, às vezes, reinventar-se pode dar mais dinheiro do que permanecer onde se está: vejam o caso da IBM.

As fontes de inovação estão no olhar do empreendedor e em seu desejo de aumentar lucros de forma contínua e sustentável. É a partir dele que nasce a cultura de inovação: uma obsessiva paixão por fazer melhor, de forma mais produtiva e gerando mais valor para o cliente e, por conseguinte, maiores lucros para o empreendimento.

Ricardo Fasti é Diretor de Desenvolvimento de Negócios da BSP – Business School São Paulo.

Fonte: Portal Exame.com